28 de março de 2011

Pretérito imperfeito

Estou voltando ao ponto de partida, como se estivesse dando ré, retrocedendo outra vez, falando das mesmas coisas
Sobre as minhas frustrações do passado...

Logo eu que pensei que não temia amar agora vivo atenta com medo de outra vez me apaixonar. Muitos dizem que o que já foi é melhor deixar pra lá, viver coisas novas, mas fico aqui me questionando pra tentar compreender de como seria me esquecer daquilo que meu coração constantemente se recorda automaticamente e isso me causa uma instabilidade imensa aqui dentro.
Acredito que dizer adeus certas vezes pode ser fácil, o mais difícil é se manter equilibrada quando se perder alguém que mesmo nos fazendo mal nos faz tão bem, é bastante contraditório e irônico, no entanto o que é intocável a teoria é incapaz de explicar

No momento eu sei que quanto mais tempo se passa mais insegura fico e mais vulnerável também.

16 de março de 2011

O fantasma

Ao caminhar percebi que não estava sozinha, no mesmo trajeto que seguia vinha alguém com uma presença pesada, um olhar que me encarava... Até onde pude ver pela minha visão periférica . Senti medo de olhar para o lado, aquilo estava me intimidando antes mesmo de me abordar, eu tossia alto, cantarolava baixo tentando me esquecer de que estava sendo observada. Depois de horas que caminhava sem rumo, resolvi indagar quem era e porque me seguia, a entonação da resposta foi fria e única.

Desconhecido: “Tu andas calada, embriagada, não procura seus amigos, vive sorrindo sozinha para esconder a sua vontade de derramar-se em lagrimas. Sou o fantasma do seu subconsciente, estou lhe seguindo há dias, mas é que tem dias que você não se encontra consigo mesmo.”

Naquele exato momento aquelas palavras bateram como um soco no estomago...

Será que estava louca ou tinha bebido demais? Tento não me recordar e sem querer me lembro.

Mesmo depois desse insano diálogo me encontro no mesmo estado, talvez um pouco mais lúcida, porém não o bastante para voltar atrás.

12 de março de 2011

A cadeia

Tudo o que escrevi na frente e no verso do meu diário ficou guardado como um tesouro sem sem um mapa, sem pistas. Até hoje nunca me deixa ao luxo da certeza do meu talento, nunca divulguei com esperança de que me aceitassem, então entulhei em um baú os meus contos e guardei a chave. Sei que não tem tanta importância para aquele que não se sente importante, no entanto todos os meus relatos transparecem as supostas verdades de uma louca vivendo a solta, de um alguém que é muito insano, mas que sabe sobre as assombrações dos supostos normais.
A cadeia que muitos chamam de liberdade